Acic
sexta, 30 de junho de 2017
PTI vai ampliar parcerias por desenvolvimento
Criado em 2003 a partir de uma política de ampliação da missão da hidrelétrica, o PTI (Parque Tecnológico Itaipu) recebeu a determinação de se aproximar ainda mais e contribuir para o desenvolvimento sustentável da região. A orientação foi passada dias atrás pelo novo diretor-presidente da usina, Luiz Fernando Vianna, ao diretor-superintendente do PTI, Ramiro Wahrhaftig, e ao diretor-técnico Claudio Issamy Osako. Os dois estiveram na Acic, na última quinta-feira, para falar sobre projetos e atuação do parque tecnológico no Oeste.
Um dos desafios centrais do PTI é dar suporte técnico à maior hidrelétrica de produção de energia do mundo e, gradualmente, buscar meios para disseminar conhecimentos para avanços ao território, disse Ramiro, engenheiro de formação e que desde a década de 1980 participa de ações com foco no desenvolvimento tecnológico. O parque é uma usina pulsante de saberes. Por ele circulam, diariamente, cerca de sete mil pessoas, perto de cinco mil são acadêmicos das três universidades ali instaladas – Unioeste, Unila e UAB, a Universidade Aberta do Brasil.
As instituições de ensino ofertam 38 cursos de graduação, 55 especializações, 8 mestrados e 2 doutorados. Juntas, elas contam com a experiência e o conhecimento de 318 doutores. “Temos uma estrutura sólida conceitual e física. Não há nada parecido no Brasil e isso contribui para fazer do Oeste um grande laboratório de desenvolvimento sustentável”, disse Ramiro. De acordo com ele, essa é a imagem que o mundo cultiva atualmente dessa fração do território brasileiro. “E vou mais longe. Não temos nada semelhante na América Latina, uma estrutura diferenciada e com foco no saber e na sua multiplicação”.
Projetos
O PTI foi instalado em uma área gigante em antigos alojamentos que estavam abandonados. O desafio é a inovação, diz Claudio Osako. “Desenvolvemos, além de pesquisas avançadas, equipamentos para a usina com o mesmo grau de engenharia de outros países”. O conhecimento de alto nível produzido e compartilhado no parque contribuirá, aos poucos, para melhorar a competitividade brasileira. “Nesse ambiente, integramos conhecimento, pesquisa e inovação”, segundo o diretor, que citou vários treinamentos, inclusive em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), para expandir resultados no território Oeste.
O parque conta com laboratório de automação e simulação de sistemas elétricos (estudos que a Itaipu dependia exclusivamente do exterior), centro de estudos avançados em segurança de barragens, de mobilidade sustentável com projetos de veículos elétricos e baterias de sódio, centro internacional de hidroinformática, centro internacional de energias renováveis e investimentos em pesquisas e desenvolvimento para o armazenamento de energias por meio do hidrogênio. O PTI também dispõe de estrutura para análise de potencial de biomassas e produção de biogás e para estimular a lógica do turismo sustentável.
A estrutura é dotada ainda da Incubadora Santos Dumont, que prioriza projetos em fase inicial. “Por meio dela, contribuímos para o amadurecimento de ideias”, informou o diretor-técnico Claudio Osako. Ele explicou sobre o processo, que começa com inscrição, pré-incubação, realização de banca três meses depois para então determinar as selecionadas a receber suporte técnico do Parque Tecnológico Itaipu. Em 2016 e 2017, 57 projetos foram inscritos, 48 pré-incubados, 21 foram para as bancas e, desses, 15 acabaram selecionados. O orçamento anual do PTI é de cerca de R$ 130 milhões. Desse custeio, um terço é bancado pela Itaipu. O restante vem de parcerias, projetos e oferta de produtos e serviços.
O deputado federal Evandro Roman, que participou do encontro empresarial com diretores do PTI, enalteceu o papel da Itaipu e do parque como disseminadores de conhecimentos e tecnologias, inclusive ao exterior. Ele lembrou, no entanto, que o Brasil ocupa a 11ª colocação no mundo em investimentos à pesquisa, mas que está na de número 106 em inovação. “Um dos nossos desafios é equilibrar as pesquisas acadêmica e aplicada. Precisamos avançar muito na prática”, citou. O vice-prefeito Jorge Lange ressaltou o papel da usina e do parque e disse que Cascavel está aberto para parcerias e projetos que possam estimular ações de desenvolvimento sustentável.
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