Poucos consumidores sabem ao certo o peso da carga tributária no cotidiano dos brasileiros. É isso o que o Feirão do Imposto, realizado há 14 anos no País, tenta mostrar. A mais recente edição envolveu cerca de 15 municípios no Paraná, inclusive Cascavel, onde a atividade foi organizada pelo Conselho do Jovem Empreendedor da Acic, no sábado. As atividades foram realizadas no estacionamento do Super Beal (centro) – elas ocorreriam na Praça Wilson Joffre, mas em função do mau tempo o local precisou ser alterado.
“É impressionante perceber a reação das pessoas ao constatar que produtos do dia a dia chegam a ter carga de impostos de 40%, 50%”, afirma o presidente do CJE, Renan Simões Tonin. As pessoas não conseguem entender porque a fatia que vai para o governo é tão substancial e que, diante da montanha de dinheiro que segue a um endereço só, os políticos sempre afirmam que não há recursos para setores essenciais. Há casos em que os tributos chegam quase a dobrar o valor real do produto, a exemplo de bebidas alcoólicas, cigarros, perfumes e protetor solar.
Mas não são apenas os itens considerados supérfluos que têm carga tributária elevada. O imposto sobre chocolate é de 38,6%, sorvete é de 37,9%, escova de dente é de 34%, óleo de soja tem 30% de tributos no seu preço final e no pacote de sopa supera os 35%. A soma dos impostos é significativa e espanta quando o valor é desdobrado do preço final de um item à venda no mercado, por isso as pessoas precisam saber o que estão pagando para poder cobrar a correta aplicação desse dinheiro, diz Renan Tonin.
R$ 13 trilhões
Dezesseis conselheiros participaram do Feirão e conversaram com consumidores dos mais diversos estratos sociais. Eles entregaram folders produzidos pela Conaje (Confederação Nacional de Jovens Empresários) que, no fim de semana, foram distribuídos em mais de 120 municípios brasileiros integrados à campanha. A primeira edição foi realizada em 2002, em Joinville (Santa Catarina), e a partir de então o projeto só faz crescer e já ocorre em praticamente todos os estados.
No material entregue aos consumidores, o contribuinte recebe algumas informações contundentes. De que o valor pago em impostos de 2005 a 2015 já ultrapassou a casa dos R$ 13 trilhões e que a carga tributária atual está acima dos 36%. No ano passado, o brasileiro precisou trabalhar 151 dias apenas para pagar impostos. Ou seja, uma pessoa que viver por 72 anos trabalhará por 30 anos apenas para pagar impostos. Todo ano, 13% das riquezas produzidas no País são utilizadas para custear gastos primários da União, principalmente com pessoal e transferência de renda.
Último do ranking
Outro dado estarrecedor é saber que o Brasil está no ranking dos 30 países com as maiores cargas tributárias do mundo e que é o último colocado em retorno desses recursos em favor da população. Os consumidores não se surpreendem tanto ao saber que o Brasil está entre os países mais corruptos, mas ficam chateados ao compreender que com planejamento, menos burocracia e menos corrupção o País seria uma das principais economias do mundo e que em pouco tempo teria qualidade de vida semelhante à das nações desenvolvidas.
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