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Brasil, do patrimonialismo à prática pública por conveniência

quarta, 30 de março de 2022

Caciopar

Política
 
O sociólogo alemão Max Weber dificilmente imaginaria que o termo que ele criou há mais de cem anos se encaixaria tão bem no Brasil pós-moderno. Weber é autor de estudos sobre patrimonialismo, palavra empregada para descrever a falta de zelo dos políticos e governantes na gestão de recursos públicos e privados. A partir dessa lógica, os governantes consideram o Estado (um país e tudo o que há nele) como patrimônio pessoal.
O patrimonialismo, segundo o diretor de Agronegócios da Caciopar, Elias José Zydek, é um dos grandes responsáveis por fazer do Brasil o que é e como ele é atualmente. Esse foi um dos aspectos abordados por Elias durante palestra que marcou oficialmente o lançamento da edição de 2022 da Campanha Vote Certo da Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná. Por meio dessa ação, que se repete há anos, a entidade contribui com o debate e orientações de como votar e eleger representantes melhores.
O Brasil é um dos países que mais tributam seus cidadãos e onde os serviços públicos são os mais questionados. O valor arrecadado em impostos todos os anos é de R$ 3 trilhões e o político, que gerencia essa soma, acha que o dinheiro é dele e pode então utilizá-lo como melhor lhe convier, destacou Elias. “A eleição e a busca por um cargo eletivo acabam por se tornar um passaporte para ter acesso a esse dinheiro e de como ele é distribuído. Eleição virou campo de batalha, no qual cada um procura pelo seu espaço e interesses”, segundo o diretor de Agronegócios da Caciopar.
Durante sua apresentação, Elias falou também dos três poderes e dos interesses que movem a maioria dos que lá estão. O Legislativo é formado por patrimonialistas que, com o suporte de uma Constituição protetora, atuam em causa própria. O Executivo virou um poder relativo, que não governa sem a maioria do Congresso e o Judiciário, com as nomeações políticas substituindo as técnicas, pratica a justiça por conveniência que gera tanta desconfiança e riscos à estabilidade do País.
 
Bandeiras
Ao mesmo tempo em que se alia à busca de mais e melhores representantes, a Caciopar reforça a sua pauta de reivindicações. As principais são pelas reformas administrativa, política e tributária, pela modernização da Constituição e pela diminuição do tamanho do Estado. Os empresários também defendem, conforme Elias Zydek, educação a partir de valores, profissionalização, ciências e empreendedorismo; infraestrutura com investimentos em transportes, saneamento, energias e comunicação (conectividade) e liberdade/democracia, com imprensa livre, combate à corrupção, segurança jurídica e defesa do constitucional direito à propriedade.
Como executivo de uma grande central cooperativa, Elias também aponta a necessidade de o Brasil se integrar ainda mais a acordos bilaterais, fortalecendo principalmente o agronegócio, que há muito empunha as bandeiras do meio ambiente e da sustentabilidade. O diretor da Caciopar sugeriu também, entre as estratégias por uma representação melhor, a instalação de painéis em praça pública para mostrar à população como cada representante do município e da região se comporta e vota em matérias importantes e de impacto nas comunidades e na vida nacional.
 

 
Crédito: Assessoria
 

Fonte: caciopar.org.br

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