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Brasil poderá crescer 3,5% ao ano na próxima década

sexta, 30 de julho de 2021

ACIC

O conhecimento e o preparo do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, somados à visão moderna e capaz do atual, Paulo Guedes, têm promovido ajustes nos últimos cinco anos que, quando unidos, conduzirão o Brasil a um novo estágio em seu processo de desenvolvimento. “Temos boas chances de crescimento entre 3% e 3,5% na próxima década”, diz Guilherme Abdud, diretor de investimentos da Persevera e ex-diretor do HSBC na América Latina.
Guilherme foi um dos convidados da reunião empresarial da Acic na noite de quinta-feira, 29, que tratou sobre Perspectivas econômicas e reforma tributária. Ele cita entre os ajustes e as medidas adotadas o teto de gastos, as reformas trabalhista e previdenciária, a aprovação de marcos regulatórios, a implementação da lei de liberdade econômica e mais recentemente de gatinhos que, em momentos excepcionais, podem limitar aumentos e benefícios ao funcionalismo.
O Brasil superou alguns dos seus mais antigos gargalos, como déficit crônico em conta corrente, reservas baixas e controlou a inflação. “É um quadro bem diferente daquilo que tínhamos no passado. Em pouco tempo haverá a junção de todos os efeitos dessas e outras medidas de Meirelles e Guedes e o Brasil viverá uma nova fase”. Ao contrário de outros especialistas em mercado, o diretor da Persevera afirma que o País está distante de qualquer risco de insolvência. 
“O Brasil, apesar de tudo e dos gastos bilionários e efeitos da pandemia, mostra mais uma vez que tem uma economia dinâmica e que se recupera com agilidade”. Guilherme não vê risco de retorno de elevados índices de inflação, que deverá ficar no centro da meta em 2022, e alerta que um dos cuidados necessários é não elevar os juros de forma exagerada. Acima de 5% ao ano não é possível que o País cresça. E se subirem mais que isso, perceberão que precisarão recuar.
 
Desafio
Apesar dos acertos, Guilherme Abdud reconhece que o maior desafio do Brasil será confirmar crescimento com consistência e segurança. Há, nos últimos anos, tendência de inflação baixa em todo o mundo, que também experimenta avanços com a evolução tecnológica e com ambientes de juros médios mais baixos. A melhor combinação para uma economia crescer, afirmou ele, é inflação contida, juros baixos e câmbio desvalorizado.
As commodities seguirão em bom momento internacional, porém Guilherme não vê preços subindo muito mais do que já subiram. Ele prevê que o dólar poderá ficar abaixo de R$ 4,50 ainda neste ano. Os ajustes feitos nos últimos cinco anos são tão significativos que o especialista chega a afirmar que não vê mais, no Brasil, juros de dois dígitos. 
A reunião empresarial de quinta à noite foi realizada pela Acic em parceria com a Center Investimentos – credenciada da XP Investimentos. Também participaram o presidente da entidade, Genesio Pegoraro, e o CEO da Center, Jocimar Correa. O conteúdo na íntegra pode ser encontrado no perfil Acic Cascavel no Facebook e Youtube.
 
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“Essa é a pior proposta de reforma
que já vi”, diz o top 100 do Direito
A proposta de reforma tributária que o governo federal mandou para o Congresso e que a Câmara deverá começar a apreciar depois do recesso, caso aprovada como está, trará enormes prejuízos à economia e às empresas. “É a pior, mais pesada e mais punitiva proposta que vi em meus mais de 25 anos de atuação profissional”, disse o advogado Sandro Pereira dos Santos, considerado um dos cem melhores do Direito na atualidade brasileira, em reunião online da Acic na última quinta-feira. 
O advogado, que é especialista em gestão patrimonial de fortunas e empresário, fez um apanhado das mudanças ocorridas a partir de 1996 no campo econômico. Ele apontou aspectos como a isenção de dividendos e a criação do lucro presumido, entre outros. E citou que a proposta de reforma de agora é um retrocesso, que retira avanços e, em vez de olhar para frente, volta-se para o passado. “Se for aprovada assim, trará consequências sérias”, afirmou Sandro.
A impressão que se tem, conforme o advogado, é que o governo deu carta branca e quem elaborou a proposta foram técnicos da Receita Federal, que priorizaram pontos absolutamente complicados à economia e ao empreendedorismo. “Na verdade, é um pacote de maldades”, define Sandro. O que empresários e técnicos esperavam eram a simplificação e a redução da carga tributária, mas o que apresentaram é o contrário disso. “Será um enorme tiro no pé do governo se pontos tão polêmicos seguirem e forem aprovados”, alertou o especialista.
Destaques
Sandro destacou algumas questões que considera as mais preocupantes da proposta. A primeira é a tributação corporativa e o retorno do imposto sobre dividendos. “A carga passará de 34% para quase 50%, o que é absurdo e inviável. E ainda querem tributar o estoque de lucro do balanço das companhias, o que é inconstitucional e despropositado”. Caso aprovadas, haverá uma enxurrada de ações questionando essas medidas na justiça. 
O advogado destacou também a tributação do setor imobiliário, ramo fundamental à economia devido à sua força e pujança. Se aprovada, ela trará impacto substancial a esse mercado. O aumento da carga tributária é inaceitável e a tributação retroativa não faz sentido algum, afirmou Sandro. “Não suportaremos essa proposta. Por isso, precisamos nos organizar, acionar as bases e rejeitar essa reforma que, em vez de avanços, traz atrasos”.
Legenda: Sandro é considerado um dos cem melhores advogados da atualidade brasileira
 
 
Crédito: Assessoria

Fonte: acicvel.com.br

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