Brasil reúne condições certas para década de prosperidade
terça, 24 de agosto de 2021
Caciopar
O atual momento brasileiro gera cenários no mínimo curiosos. Enquanto cronistas têm toneladas de conteúdo para interpretar, analistas enfrentam enormes dificuldades para prever futuro de curto prazo do mercado e da economia. Mas procurando nos lugares certos e com a abordagem correta é possível traçar uma rota segura para o País. É o que mostrou em encontro com empresários da Caciopar e da Cacicopar o pós-doutor em Administração Edison Luiz Leismann, convidado para falar sobre A importância do crescimento econômico para a estabilidade – reformas/ambiente político.
Uma das maiores dificuldades dos empresários, diante de um quadro de instabilidade, é encontrar elementos que deem segurança para investir. Os indicadores mostrados pelo professor Edison trazem alento e demonstram que há bons motivos para acreditar em anos promissores. A receita de um ano de exportações hoje é suficiente para pagar a dívida externa. Pouco tempo atrás seriam necessários cinco anos. Na relação entre déficit em conta corrente e PIB a luz amarela acende quando passa de 3 e a vermelha é acionada a partir do 4. Agora, essa relação está em 1,09.
A dívida externa brasileira é irrisória. Apenas 12% do total é pública, o restante é da iniciativa privada. Em 1987 sim o panorama era de preocupação, porque praticamente toda a dívida era pública. Em 1999, o Brasil gastou todas as suas reservas e precisou pedir socorro ao FMI (Fundo Monetário Internacional). A partir de então, o País adotou o câmbio flutuante e há 22 anos ele é assim. “E essa flexibilidade contribui de forma rápida para resolver problemas”, segundo o professor. As medidas adotadas pelo governo foram determinantes para fazer com que a economia brasileira não recuasse em 2020 em mais de 10%. O retrocesso foi de 4,5%, um dos menores do mundo.
O pós-doutor afirma que outro bom indicador é a previsão de saldo da balança comercial de 2021, que deverá ser superior a R$ 70 bilhões. “A situação hoje é muito mais confortável do que no século 20, quando o Brasil tinha períodos curtos de crescimento justamente devido a problemas no comércio internacional, o que não ocorre mais”. Parceria com a China garante duas décadas com preços de commodities dos mais vantajosos. Diferente da Argentina, diz Edison Leismann, o Brasil não tem desequilíbrios no mercado externo. E somente com erros muito graves, e mesmo assim sentidos depois de uma década, a solidez desse status poderia ser afetada.
Outro fator importante é o volume de reservas do País, que chega a US$ 355 bilhões, o que garante tranquilidade pelos próximos 10, 15 anos. O PIB corrigido de 2020 deverá ficar em R$ 7,8 trilhões. Para 2021, a previsão é de crescimento de 5,3%, devendo chegar a R$ 8,3 trilhões. A inflação deverá ficar na casa de 6,5%.
O maior problema do País no momento é a dívida interna, ou déficit público – relação entre dívida interna versus Produto Interno Bruto. Ela foi, no ano passado, de 89,3% do PIB – são R$ 505 bilhões somente de juros. Agora, a dívida bruta está em R$ 7,2 trilhões. O déficit primário de 2021 deverá atingir R$ 155 bilhões e o nominal R$ 660 bilhões, ou 8% do Produto Interno Bruto. Mas com a rápida recuperação da economia, em vez de subir (previsão chegou a de ser de mais de 100% do PIB), a dívida vai recuar para 87,5% de todas as riquezas produzidas no ano.
Uma das medidas acertadas da equipe do ministro da Fazenda, Paulo Guedes, foi adotar o orçamento de guerra e fazer com que o principal impacto dos auxílios acionados devido à pandemia ficasse restrito a 2020. Outra boa notícia é que, mesmo que um milhão de empresas tenham sido fechadas, pelos reflexos do coronavírus, outras três milhões foram abertas, importando nesse caso o saldo positivo. Em relação a empregos foram criados 1,5 milhão no primeiro semestre de 2021, o que dará 3 milhões se o segundo semestre mantiver o mesmo ritmo. “A capacidade de recuperação do País é mesmo fantástica”, disse o professor. Mas para resolver o problema do desemprego, que atinge cerca de 14 milhões de brasileiros, somente com a flexibilidade do mercado.
Reformas
As reformas estruturantes, que há tantos anos entidades como a Caciopar defendem, são compreendidas como indispensáveis para permitir ao Brasil crescer com estabilidade e segurança. O professor Edison falou também da necessidade de privatizações, concessões, atração de investimentos privados e aumento da poupança interna. O fator político também tem peso nessas questões todas, conforme o pós-doutor. Com um governo liberal, tudo tende a ocorrer de forma mais ágil e consistente. Já com um de viés de esquerda, o panorama é o oposto.
Crédito: Assessoria
Galeria de Fotos