Caciopar
segunda, 26 de junho de 2017
Empresários apontam caminhos a um país mais justo e de todos
Mesmo com as dificuldades para fazer qualquer prognóstico de curto e médio prazos no Brasil, empresários e representantes de setores organizados estiveram no sábado, na associação da Lar, em Medianeira, para um exercício de reflexão. Com base em acontecimentos recentes e históricos da vida nacional, eles consensuaram sobre pontos considerados importantes para tentar colocar o País em um cenário de estabilidade. Em formato talk show, o evento organizado pela Caciopar considerou as reformas, a desburocratização, a redução do tamanho do estado, o respeito às leis e o incentivo ao trabalho e à produção como algumas das estratégias urgentes para tirar o Brasil de um de seus períodos mais dramáticos.
Os presidentes da Caciopar, Leoveraldo Curtarelli de Oliveira, e do Conselho Consultivo da Coordenadoria, Sergio Marcucci, deram o tom do debate. De que não é mais possível aceitar velhas e nocivas práticas do passado, que o País precisa se modernizar e que todos devem fazer a sua parte para que as relações sejam mais éticas, respeitosas e produtivas. O primeiro a apresentar suas considerações no talk show foi o diretor da Frimesa, Elias Zydek. Ele começou com um questionamento: qual é o problema do País? E com o suporte de argumentos cuidadosamente apresentados enumerou contas públicas, fator político e ideologias como macros.
O diretor indicou um cenário de sério descontrole na gestão econômica e que, mesmo assim, os excessos e irresponsabilidades seguem na esfera pública. A dívida brasileira é de R$ 5,3 trilhões, equivalente a 75% do PIB e mesmo assim o Congresso se curva para aprovar um orçamento negativo. “E se fizermos isso nas nossas empresas, o que ocorrerá e quanto tempo elas durarão”, questionou. Zydek citou também os enormes encargos trabalhistas, carga tributária abusiva e uma enormidade de partidos que transformam Brasília e o governo em um balcão de negócios. E por mudanças, citou algumas sugestões: enxugamento do estado, privatizações, reformas, fortalecer a democracia e afastar o País do socialismo, promover a liberdade, o respeito e gerar oportunidades.
Sobressaltos
Um dos aspectos citados pelo presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues, foi quanto às incertezas que tomam o País e as empresas. Vive-se de sobressaltos, lamentou, para falar da Operação Carne Fraca, que em função de cinco ou seis frigoríficos generalizou o problema e trouxe problemas sérios à economia nacional. Irineo ressaltou que o Oeste é a região mais distante do Porto de Paranaguá e que isso, associado à falta de estrutura de transportes, gera prejuízos enormes. O presidente da Lar pediu união em torno do investimento de modais que possam dar competitividade à produção da região, como de um novo traçado do Oeste em direção ao litoral. “Hoje, 90% dessas riquezas seguem de caminhão com frete de tonelada R$ 50 mais caro em comparação ao ferroviário”.
A colaboração do cooperativismo de crédito no fortalecimento de suas regiões e na recuperação do País foi apresentada pela presidente do Conselho de Administração do Sicoob Meridional, Solange Pinzon. A grande lição dessa experiência é a valorização e a prática da economia colaborativa, que é uma tendência irreversível nos mais diversos setores. “E já estamos integrados a esse novo momento”, afirma ela. O presidente do Sicredi Vanguarda, Luiz Hoflinger, lembrou que alguns dos fundamentos presentes no cooperativismo e no associativismo podem dar novo rumo ao Brasil. “Somos motivados pelo trabalho conjunto, pelo diálogo, por um modelo de governança profissional, ético e transparente”. Juntos, esses fatores são indutores de confiança, fundamento tão urgente para a superação de um estado arcaico.
Participação
Além de ajustes em modais de transporte e da urgência do Aeroporto Regional, o vice-presidente das Sociedades de Garantia de Crédito da Faciap, Augusto Sperotto, tocou em dois pontos entendidos como fundamentais para a construção de um País melhor. Ele falou sobre a retenção de talentos e da participação de pessoas e entidades em questões de interesse público. No primeiro, citou a necessidade de contar com programas de incentivo e de fomento de startups, de inovação e da geração de empregos de qualidade.
O vice-presidente de Serviços da Confederação das Associações Comerciais do Brasil, Rainer Zielasko, ressaltou que a política deve ser a mãe de todas as reformas. “Precisamos, todos, pensar no Brasil e não no próprio umbigo”. Mudanças na Previdência precisam ocorrer para torná-la mais justa, combatendo os privilégios que a invibializam. Do encontro sairá um documento com proposições que serão encaminhadas a líderes dos mais diversos setores.
Legenda
O talk show contou com seis debatedores, que falaram sobre urgências nacionais e medidas possíveis para tirar o Brasil da crise
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