Caciopar

sexta, 13 de outubro de 2017

Conselho ajuda a arquitetar o futuro de uma cidade

Há cerca de 20 anos, Maringá enfrentava uma das mais desafiadoras situações desde a sua emancipação político-administrativa. A corrupção que subtraiu milhões dos caixas da prefeitura levou a cidade às manchetes das emissoras de TV e dos jornais. O quadro era tão desesperador que entidades organizadas, empresários, líderes e moradores entenderam que havia chegado a hora de participar ativamente das decisões que moldariam os destinos do município. Assim nasceu o Codem, Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá, um projeto revolucionário que hoje contribui para arquitetar o futuro de inúmeras cidades, inclusive no Oeste do Paraná.
O ex-presidente do Codem e atual da Acim (Associação Comercial e Empresarial de Maringá), José Carlos Venâncio, foi um dos participantes de talk show do 4º Congresso Caciopar, realizado há poucos dias na Associação Atlética Coopavel. “Juntamos um grupo de pessoas e começamos, de uma forma madura e técnica, a tratar sobre como deveria ser a relação da comunidade com a prefeitura e órgãos públicos”. A origem de tudo foi o Repensando Maringá, resultado de dois anos de reflexões sobre o futuro que a população queria, esperava e merecia ter. O foco central dos trabalhos passou a ser o por vir da cidade. Valêncio explicou sobre organograma, funcionamento e atribuições do Conselho que, entre outros, foi fonte de inspiração para órgãos semelhantes que funcionam em Foz do Iguaçu e Cascavel.
A atuação do Codem promoveu transformações profundas no cotidiano de Maringá. Das manchetes policiais, o município passou a implementar ações e políticas que a levariam a ser referência em várias áreas. “Os gestores entenderam que, em vez de competir ou cobrar de forma desproporcional, o objetivo era unicamente compartilhar ideias, projetos e ações”, segundo o ex-presidente do Conselho. Atualmente, Maringá é a primeira cidade do Brasil para se viver, de acordo com a Revista Exame, tem o sexto aeroporto com maior potencial de crescimento do País, conta com o nono melhor ambiente de negócios, além de estar entre as mais pacíficas do Paraná e deter uma das balanças comerciais mais expressivas. Ela também é destaque no ranking de cidades inteligentes e conectadas do País.
Valêncio ressaltou também o papel de outra invenção de Maringá e que gradualmente ganha o Brasil, o Observatório Social. Por meio dele, líderes de setores organizados contribuem para acompanhar licitações e orientam a correta aplicação do dinheiro público. No Oeste do Paraná já são seis Observatórios em funcionamento e mais de cem em todo o Brasil.