Experiências bem-sucedidas e acesso a crédito impulsionam energias limpas
quinta, 05 de maio de 2022
Caciopar
O Brasil está entre os países nos quais os avanços da matriz energética limpa e renovável acontecem com maior velocidade e maiores somas de investimento. Dois entre vários fatores contribuem para o interesse dos consumidores pelas alternativas de fontes permanentes: os casos bem-sucedidos de utilização desses recursos e a crescente oferta de linhas de financiamento. Esses aspectos foram detalhados durante talk-show no 6º Congresso Caciopar e 7º Fórum do POD (Programa Oeste em Desenvolvimento) na última sexta-feira, 29 de abril, no Biopark, em Toledo.
O diretor de Meio Ambiente da Caciopar e presidente do CiBiogás, Rafael Gonzales, abriu os trabalhos destacando o pioneirismo da Fazenda Colombari, de São Miguel do Iguaçu, que desde 2009 está conectada à geração distribuída. A Cotriguaçu, uma central de cooperativas com sede em Cascavel, investiu há poucos anos em uma ampla planta fotovoltaica em suas unidades. Quem falou a respeito foi o superintendente Gilson Anizelli, ressaltando que a economia anual chega aos R$ 455 mil e que o retorno do investimento acontecerá em seis anos. O conjunto tem 1.730 placas solares instaladas no solo e outras 300 em coberturas. “Estamos felizes com a decisão”, afirmou, destacando a burocracia como ponto negativo.
Projetos de microrredes e biogás foram apresentados por Natali Nunes dos Reis da Silva, engenheira do CiBiogás. Ela destacou como uma característica dessas fontes energéticas a sua utilização em regiões mais afastadas de centros urbanos. “A transformação de passivos ambientais, como dejetos de animais, em ativos energéticos é uma das principais aliadas desse tipo de matriz”, afirmou ela, que deu alguns detalhes da Granja São Pedro Colombari, a primeira do Brasil a investir em geração distribuída. A propriedade conta com cinco mil suínos que produzem matérias-primas que geram 770 metros cúbicos/dia de biogás, ou 32 mWh/mês, gerando 60% de economia. Além dessa propriedade, o projeto atende outras três unidades geradoras.
RenovaPR
O engenheiro agrônomo Leodacir Zuffo deu detalhes sobre o RenovaPR, programa do governo estadual voltado a oferecer subsídios de taxas de juros a linhas destinadas a financiar projetos de energias renováveis. O foco é levar matrizes limpas ao meio rural. O programa foi criado também para reduzir os custos de um dos principais insumos das granjas. A energia representa hoje 29% dos custos de produção na avicultura, 25% na piscicultura, 15% na pecuária de leite, 15% na suinocultura, 12% na agroindústria e 9% na irrigação.
Os projetos, dependendo da finalidade, são para financiamentos de até R$ 500 mil e de até R$ 1,5 milhão, e prazos de até 48 meses. Em apenas nove meses de RenovaPR, já são 1.787 projetos acatados, que representam soma de R$ 314 milhões. O governo estadual cadastrou empresas que podem executar a implantação nas propriedades. Para tanto, foram cadastradas 439 empresas ligadas à energia solar e 16 empresas de biodigestores. A previsão, segundo Leodacir Zuffo, é de alcançar 100 mil propriedades rurais até 2030, com capital investido de R$ 15 bilhões.
Por sua vez, Paulo Marques Ferreira falou das linhas do BRDE, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul. Em apenas cinco anos, a instituição liberou perto de R$ 2 bilhões a programas de energias renováveis, principalmente a pequenas centrais hidrelétricas e a plantas fotovoltaicas. Há várias linhas, segundo Paulo, como recursos da AFD, FGTS, BNDES, CAF e RenovaPR. Os juros são a partir de 4% ao ano e prazo de pagamento de até 20 anos. Os interessados em saber mais podem acessar o endereço www.brde.com.br – e selecionar o ícone solicitar financiamento.
Crédito: Assessoria
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