Faciap debate futuro do sistema na reunião das Coordenadorias
quinta, 14 de agosto de 2025
FACIAP
A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap) realizou nesta quinta-feira, 14, de forma híbrida, em Curitiba, a 7ª Reunião das Coordenadorias da gestão 2025/2026. O encontro reuniu diretores e gestores e representantes das 12 Coordenadorias da Faciap no Estado para discutir temas como a obrigatoriedade de contratação de menores aprendizes, atualização da base de associados, os desafios trazidos pelas novas exigências globais de sustentabilidade e ESG elém de outros temas relevantes para o sistema.
Crescimento da folha e exigências legais
A principal preocupação apresentada no encontro foi o impacto do atual modelo de contratação de agentes de registro. De acordo com Luciano, diretor superintendente da Faciap, mais de 145 profissionais estão hoje vinculados ao CNPJ da entidade, o que impõe obrigações legais como o cumprimento de cotas para pessoas com deficiência (PCD) e menores aprendizes.
“Não temos como absorver esses aprendizes na estrutura da Federação, pela falta de espaço físico, estrutura de acompanhamento e equipe dedicada a essa demanda”, explicou Luciano. Como alternativa, foi proposta a redistribuição de vagas para coordenadorias regionais e a reavaliação do número de agentes ativos.
Rosane Schulz Ferreira gerente da Caciopar (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná), compartilhou iniciativas já em andamento na região, como reuniões locais para readequar o quadro de agentes e centralizar emissões em municípios com maior demanda. Também foi destacada a adoção do sistema “link”, que permite certificações remotas, já responsável por 90% das emissões no estado.
Outro ponto de atenção foi levantado por Edilberto Minsk, diretor da Rede de Benefícios da Faciap, que alertou para um déficit de mais de 12 mil associados não declarados na base oficial da entidade. Segundo ele, a subdeclaração compromete o poder de representação da Federação junto a parceiros, fornecedores e órgãos públicos, além de afetar diretamente negociações estratégicas, como convênios e benefícios. “Precisamos de uma base de dados real. Quando uma associação não atualiza seus números, todos perdem: em poder de barganha, em transparência e em planejamento”, afirmou Minsk.
Novas regras de sustentabilidade – ESG
A reunião também teve um viés internacional com a apresentação de Carlos Camargo, da empresa Camargo Consultores, que abordou os impactos das novas regras de sustentabilidade no comércio exterior. Foram destacados os padrões internacionais IFRS S1 e S2 — que exigem divulgação transparente de riscos e oportunidades ambientais, sociais e de governança — e o Regulamento Europeu de Desmatamento (EUDR), que impõe rígidas normas para exportação de produtos ao bloco europeu. Ele afirmou que a EUDR é uma lei da União Europeia que visa combater o desmatamento global e a degradação florestal, proibindo a importação de produtos associados a essas práticas.
Camargo alertou que empresas brasileiras precisarão se adaptar com rapidez para evitar barreiras comerciais e multas, que podem chegar a 4% do faturamento global. Por outro lado, ele destacou que a conformidade com essas exigências também pode se traduzir em eficiência operacional e competitividade no mercado internacional.
Iracy de Souza complementou com a apresentação de um projeto-piloto no Oeste do Paraná, que capacita associações comerciais para incorporar práticas de ESG no dia a dia, inclusive com ações simples como redução do uso de papel.
A pauta final abordou o atual estágio da organização do Congresso Empresarial, que ocorre no final de outubro em Foz do Iguaçu. Além disso, os líderes foram convidados para participar do Fórum Político e Econômico de Cascavel, em 26 de setembro, e para uma visita institucional à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que ocorreu nesta sexta-feira, 15.
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