POD
quinta, 17 de novembro de 2016
Oeste em Desenvolvimento elegerá nova mesa diretora, no dia 24
O Programa Oeste em Desenvolvimento (POD) elegerá nova mesa diretora no dia 24, durante o III Fórum de Desenvolvimento Econômico do Território do Oeste do Paraná. O evento será realizado na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), Toledo, com início às 19h. A posse ocorrerá em fevereiro, durante o Show Rural Coopavel, em Cascavel.
A presidência e a vice-presidência do Programa tem duração de um ano, podendo ser prorrogada por mais um. Atualmente o presidente do POD é o arquiteto Mário César Costenaro, tendo como vice, Marcel Micheletto.
Os nomes da futura mesa diretora serão colocados para votação na plenária do Fórum. A eleição será por aclamação.
O evento reunirá representantes das 60 instituições parceira dos POD, entre elas Itaipu Binacional, Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae-PR), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (AMOP) e Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Coaciopar).
Durante o Fórum serão debatidas também as prioridades a serem trabalhadas na região entre 2017 e 2021, sobretudo nas áreas de Infraestrutura e Logística, Pesquisa e Desenvolvimento, Crédito e Fomento, Capital Social e Cooperação, Meio Ambiente e Energias.
Legado de conquistas
O arquiteto Mário Cesar Costenaro, primeiro presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), apesar de pouco tempo, já deixa ao seu sucessor, um legado de conquistas para a região, mas também de desafios.
Para Costenaro, a primeira grande conquista foi conseguir reunir mais de 60 instituições públicas e privadas para discutir as necessidade e propor soluções para o crescimento território.
Mas há também ações que começaram pelo Oeste e tomaram proporções nacionais como o pedido de não-renovação antecipada dos atuais contratos de pedágio na BR-277 que mobilizou centenas de lideranças, entre elas deputados estaduais e federais. Em menos de um ano foram realizadas dezenas de audiências públicas e encontros para debater o tema.
O aumento de R$ 150 mil para R$ 330 mil da linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para os piscicultores também foi pedido pelo POD.
E a criação do grupo de trabalho instituído pela Portaria No 216 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que discutirá e apresentará propostas para regulamentar a coleta, o processamento e a destinação de animais mortos na área rural. A legislação vigente tem mais de 50 anos e não atende as necessidades brasileiras.
Entretanto, o próximo presidente do POD, terá a missão de trabalhar para melhorar a infraestrutura e logística, eliminando gargalos e diversificando os modais de transporte. Também acentuar investimentos em inovação e pesquisa, focando em aumento de produtividade e reduzindo custos.
O fomento das energias renováveis para melhorar a qualidade da eletricidade que chega na área rural e resolver o problema ambiental da destinação dos resíduos, é uma outra missão da próxima mesa diretora.
Confira a entrevista com Mário Costenaro:
Lindeiros: Como e por que surgiu a ideia de criar o Programa Oeste em Desenvolvimento (POD)?
Mário Costenaro: Em 2012, algumas entidades chegaram à conclusão de que para desenvolver de forma sustentável a região Oeste do Paraná, seria necessário um trabalho conjunto dos mais diversos setores. Em 2014 lançamos o programa.
O associativismo e o cooperativismo tiveram papel de protagonismo na construção da região e demonstravam maturidade para construir em conjunto, numa sinergia de forças, um programa continuado. De todos. O objetivo é consolidar nosso desenvolvimento, nossa competitividade, gerando mais e melhores oportunidades de trabalho e geração de renda.
Lindeiros: Vocês tiveram como base algum outro projeto já existente?
MC: Exatamente igual não existe. Há iniciativas parecidas, como no Rio Grande do Sul, ou mesmo em outros países, como a Agências de Desenvolvimento no País Basco, Espanha, mas cada uma com suas características e contornos.
O que nos diferencia, no entanto, é que nosso modelo não nasceu de uma Programa Governamental, mas da integração de várias entidades, de caráter privado e também público. Para nós, essa é a nossa legitimidade e originalidade.
Lindeiros: Como encontra-se o Oeste do Paraná no cenário econômico atual?
MC: A economia do Oeste é baseada no agronegócio. E diferente de outras regiões o Oeste continua crescendo e gerando empregos.
E além de trabalhar as cadeias produtivas tradicionais dentro do território, também conta com outras atividades. É muito forte no turismo e conta como a maior fábrica de produtos farmacêuticos genéricos do país. Podemos dizer que vive um momento favorável.
Lindeiros: Como a região está em comparação com outras no Estado e País?
MC: Além de ter uma forte produção agrícola, tem o cooperativismo e associativismo muito forte. Essa cultura é que possibilita a união entre as pequenas e grandes empresas.
Também possui fortes indicadores de qualidade de vida. Das 10 melhores cidades do Paraná, três estão no Oeste.
Lindeiros: O que precisa ser melhorado para que a região continue ou, até mesmo, dê um salto em desenvolvimento?
MC: Temos que melhorar nossas condições de infraestrutura e logística, eliminando gargalos e diversificando nossos modais de transporte. Temos que acentuar nossos investimentos em inovação e pesquisa, focando em aumento de produtividade, reduzindo custos. Temos que estar atentos às possibilidades de geração de energias renováveis. Precisamos fomentar as possibilidades de expansão, crescimento e investimento de nossas empresas, desenvolvendo um sistema de crédito integrado com as políticas de desenvolvimento do território. E, principalmente, elevar e qualificar nosso capital social e o nível de cooperação entre nossas organizações civis e redes.
Conquistas
Lindeiros: Desde o início do programa até o presente momento, quais as conquistas vindas por meio da atuação do Programa?
MC: Alguns pontos são essenciais. O primeiro foi trabalhar de forma coordenada problemas e as possíveis soluções para a região envolvendo 60 instituições públicas e privadas. Essa capacidade de promover a integração, é para mim, um dos principais resultados do Programa.
O Programa tem também uma preocupação muito forte com o meio ambiente. Vem aproveitando e fomentando as pesquisas de instituições da região.
Há resultados específicos como, por exemplo, o aumento do crédito para produtores de pescado através Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O pedido foi feito pelo Oeste em Desenvolvimento e atendido pelo Governo Federal. O aumento foi de R$ 150 mil para R$ 330 mil.
O Oeste também se mostra contra a extração do gás de xisto por meio do fracking (fraturamento hidráulico de rochas), que começa a ganhar corpo na região e da renovação antecipada dos contratos de pedágios na BR-277.
Outra grande conquista é a criação do grupo de trabalho instituído pela Portaria N 216 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que discutirá e apresentará propostas para regulamentar a coleta, o processamento e a destinação de animais mortos na área rural. O pedido foi feito pelo POD, pois a legislação vigente tem mais de 50 anos.
Lindeiros: O que a população pode esperar do Programa?
MC: Eu acredito que o maior desafio do POD é que o senso de pertencimento ao território seja compartilhado por todos aqueles que aqui vivem e produzem. Entender-se parte é entender-se comprometido com o todo. O que determinará as possibilidades de alcance de resultados efetivos a curto, médio ou longo prazo, é a compreensão de que o sucesso do Programa depende da efetiva participação de todos. Não tenho dúvida que estamos andando por um bom caminho, ainda mais se houver a compreensão que para que tenhamos no Oeste do Paraná um diferencial competitivo e uma estrutura socioambiental de qualidade diferenciada, é necessário que haja maior adesão possível nesse processo de planejamento participativo e de cooperação, entendendo que a construção do nosso futuro deve ser um compromisso de todos.
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Abilene Rodrigues
Assessoria de Comunicação
Programa Oeste em Desenvolvimento
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