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POD

segunda, 24 de abril de 2017

Produtor rural está mais consciente sobre questões ambientais, afirma promotor

Os produtores rurais do Oeste do Paraná estão mais conscientes sobre a necessidade de preservar o meio ambiente. É o que acredita o promotor Giovani Ferri, na Comarca de Toledo. Segundo ele, o número de inquéritos envolvendo destinação inadequada de dejetos que caiu pela metade na última década. Ferri participou da I Jornada Oeste de Meio Ambiente – Suínos e Aves, promovida pela Câmara Técnica de Meio Ambiente, do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), no fim de março, em Toledo.
A questão ambiental, considerada um dos principais gargalos das cadeias produtivas de suínos e aves, tem sido pauta principal das reuniões mensais da Câmara Técnica. A última foi realizada na quarta-feira (19) na sede do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), também em Toledo. A destinação inadequada dos dejetos contamina o solo, as águas superficiais e o lençol freático.
Ao longo de 2017, o POD focará suas atividades em três eixos: competitividade, governança e gestão. No dia 19 de maio, na UTFPR de Toledo, será promovido o 1º Simpósio de Transporte e Logística para o Desenvolvimento Regional. O objetivo é debater as potencialidades e os gargalos do transporte de carga e de passageiros no Oeste do Paraná e o impacto dessas atividades na economia da região.



Pela metade
Segundo o promotor Giovani Ferri, na Comarca de Toledo, a maior produtora de suínos do Paraná (1,2 milhão de toneladas por ano), o número de infrações oriundas das atividades de suinocultura e avicultura reduziu cerca de 55% nos últimos 17 anos.
Entre 2000 e 2010 foram registradas 413 infrações envolvendo contaminação de água e do solo e ausência de licença ambiental no exercício das atividades. De 2011 a 2015 caiu para 116. E entre 2016 e 2017 foram instaurados apenas 37 processos.
“Esses números são de Toledo, mas se refletem nos demais municípios da região. Essa queda se dá pela maior conscientização do produtor rural, pela difusão de novas tecnologias no setor e também pelo aumento da fiscalização ambiental”, disse Giovani Ferri.



Produção sustentável
Segundo o promotor, uma produção agrícola sustentável exige mecanismos que reduzam os impactos ao meio ambiente e tornem a atividade rentável. “É necessário investimento, pois o incremento da atividade produtiva e a redução de impactos ambientais exigem novas soluções tecnológicas e mudanças estruturais em toda a cadeia produtiva para atingir a sustentabilidade da produção”.
Além disto, a competitividade do mercado internacional exige que o setor, além de atender às políticas ambientais, observe normas sanitárias, de bem-estar animal e de boas práticas industriais, requisitos cada vez mais exigidos pelo consumidor e pelo mercado.
“Acredito que a difusão de novas tecnologias deve agregar valor aos sistemas de tratamento de dejetos, gerando ativos econômicos através da produção de biogás, biofertilizante, material orgânico, entre outros. Assim, em vez de problema, os dejetos passam a ter valor econômico”.



História
O promotor também fez uma contextualização sobre a atividade nas décadas de 60 e 70. Segundo Ferri, há 40 anos a suinocultura e avicultura eram restritas à subsistência familiar e ao comércio em pequena escala. Nesse período não havia preocupação com a sustentabilidade de tais atividades rurais e os problemas ambientais eram reduzidos, pois as propriedades tinham capacidade de absorver os dejetos gerados.
Entretanto, a partir da década de 80, com a implantação do sistema integrado de produção e modernização da cadeia produtiva, ocorreu a intensificação gradativa das atividades de suinocultura e avicultura. Nesse mesmo período, a globalização da atividade e a abertura do mercado internacional alavancaram a expansão das áreas rurais de produção.
Em consequência, o sistema de confinamento animal e a concentração na produção de aves e suínos ampliaram os impactos ambientais, ocasionando maior geração de dejetos, exigindo novas tecnologias para a captação, armazenagem, tratamento e destinação final adequada dos resíduos líquidos e sólidos. Ao mesmo tempo, o aumento dos impactos ao meio ambiente também acabou exigindo o endurecimento da legislação ambiental e uma maior fiscalização dos órgãos ambientais sobre o setor.

Fonte: www.oesteemdesenvolvimento.com.br

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