POD
segunda, 30 de outubro de 2017
Oeste pede para Richa antecipar o fim da vacinação contra aftosa
As instituições que fazem parte do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), entregaram uma carta ao Governador do Paraná, Beto Richa, pedindo o fim da vacinação contra febre aftosa em bovinos no Paraná, em 2018. Essa decisão será o primeiro passo para que o estado consiga o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como “Estado Livre de Vacinação sem Vacinação”, em 2020.
Com o fim da vacinação, é necessário um controle sanitário mais rigoroso, muito bem visto pelos mercados internacionais. Hoje, embora a vacinação seja feita nos bois, há discriminação e o isolamento do Paraná em toda a proteína animal inviabilizando a suinocultura, a produção de leite, a avicultura e a qualidade da carne bovina. O suíno, uma das principais fontes de renda da região Oeste, está barrado em 65% do mercado internacional.
O documento foi entregue pelo presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Sistema Faep), Ágide Meneguette e pelo presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), José Ricken.
A carta pede ao governador uma decisão rápida, pois enquanto o mundo expande suas importações, os paranaenses são marginalizados no mercado. E há aumento de custos e os inconvenientes causados com as campanhas de vacinação, que afetam o bolso do produtor e a qualidade da carne.
“A previsão do Paraná era conquistar status em 2023, mas estamos perdendo mercado. Para nós, quanto antes conseguirmos melhorar nosso status sanitário, mais rendimentos traremos para a região”, explicou Elias Zydek, vice-presidente do POD.
Ações
Segundo Zydek, o primeiro passo é o Governador decretar o fim da vacinação. E na sequência, realizar alguns procedimentos. Entre eles, instalar postos de vigilância nas divisas com o estado de São Paulo, onde há vacinação e completar o quadro de veterinários da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Hoje, seriam necessários mais 35 veterinários.
Depois de implementar as medidas, o estado precisa ser incluído no cronograma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) dentro Programa Nacional para Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA). “Nós do Oeste queremos o reconhecimento do OIE em 2020 e não em 2023 como estava previsto. O Paraná está adiantado e pode solicitar a avaliação antes”, disse.
Segundo o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, o trabalho para esse reconhecimento está em andamento. Estão sendo contratados veterinários e já foram construídos ou reformados os postos fiscais em divisas estratégicas.
Em contrapartida, as entidades da região estão criando junto ao Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná (Fundepec-PR) um Fundo de Apoio à Sanidade, com um valor de R$ 4 milhões, para que as medidas necessárias sejam implementadas.
Números
Hoje, o único estado brasileiro com esse status é Santa Catarina. E esse título já garantiu uma série de vantagens. No fim de setembro, a Coreia do Sul, um dos maiores, exigentes e representativos compradores de carne do mundo, autorizou a compra de carne suína catarinense. Em a Coreia do Sul 2016, importou 615 mil toneladas de carne suína.
No mesmo período, o Brasil todo, exportou 733 mil toneladas do produto, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
O Paraná já ocupa a posição de maior produtor de carne do Brasil, com 5 milhões de toneladas produzidas em 2016, segundo o IBGE. Foram 4,1 milhões de toneladas de frango, 737 mil toneladas de suíno e 177 mil toneladas de carne bovina no ano passado. Mas esse número tende a ser ainda maior nos próximos anos. No caso dos suínos, por exemplo, o Paraná é o segundo maior produtor do Brasil (atrás de Santa Catarina), mas já tem o maior rebanho nacional, com 7,13 milhões de cabeças. O crescimento nesse aspecto entre 2010 e 2016 foi de quase 40%. Apesar disso, o Estado exportou apenas 93 mil toneladas em 2016.
Mais informações: www.oesteemdesenvolvimento.com.br
Com dados da Faep
Abilene Rodrigues
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