R$ 700 MILHÕES - A BRIGADA DE MAIOR VALOR PATRIMONIAL DO BRASIL
segunda, 02 de abril de 2018
ACIC
A 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada, instalada desde a década de 1980 em Cascavel, não é apenas uma das mais estratégicas mas também a de maior valor patrimonial do Brasil. Quem informa é o comandante da unidade, o general Marcos de Sá Affonso da Costa, que participou da reunião empresarial da Acic da noite da última quinta-feira. Considerando todos os recursos que ela tem, a 15ª está avaliada em mais de R$ 700 milhões. E os investimentos seguem com força em várias das unidades que compõem a Brigada.
Para um público formado por empresários e líderes do setor produtivo, o general fez uma recuperação história da presença do Exército na região. A relação começou há mais de um século, quando a corporação foi acionada pelo governo central para a construção de uma estrada que ligasse a região de Guarapuava às margens do rio Paraná, onde hoje é o território de Foz do Iguaçu. “As terras eram nossas, porém não havia a presença de brasileiros por aqui e a questão acabou gerando conflito entre Brasil e Argentina que acabou então pacificado pelo presidente norte-americano Grover Cleveland – ele seria mais tarde homenageado ao emprestar seu sobrenome à cidade de Clevelândia.
O País conta com 24 brigadas em seu território e cada uma delas conta com efetivo médio de cinco mil homens. “Considerando os militares da ativa e da reserva, a movimentação mensal que a 15ª traz à economia de Cascavel, apenas em salários, chega aos R$ 15 milhões”, diz Affonso da Costa. O general explicou o conceito de brigada, que é uma grande unidade tática de combate de armas. Devido à sua estruturação e forma de atuação, ela consegue seguir em um conflito de maneira autônoma. As funções centrais dela são a defesa contra o inimigo, a proteção de fronteira e garantir a lei e ordem.
Área
A 15ª Brigada abrange dois terços da área territorial do Paraná, o que corresponde à metade da população e à metade do PIB (Produto Interno Bruto). No caso particular do Oeste, a unidade é responsável por garantir a segurança e a integridade da principal estrutura física do País, a hidrelétrica de Itaipu, maior usina do mundo em geração de energia. A defesa da região é importante por diversos motivos, principalmente por sua condição singular de fazer divisa com outros dois países, Argentina e Paraguai. A proteção de fronteira inclui operações periódicas que levaram à apreensão, entre outras, de quase uma tonelada de drogas (cocaína, maconha e crack) apenas em 2017, crescimento de 22% em comparação ao ano anterior.
O número de apreensão de armas no ano passado, conforme Affonso da Costa, foi recorde. O Oeste responde, sozinho, por 25% de todas as armas e munições que são tiradas de circulação no País. Mas o recorde em apreensões continua com as cargas de cigarros, com volume de R$ 550 milhões contabilizados em 2017. A área de abrangência da 15ª, observou o general, conta com 11 presídios, dez deles estaduais e um federal de segurança máxima. Juntos, eles têm 7.063 encarcerados. Há outras questões importantes que são acompanhadas pelo Exército, principalmente ligadas à presença de estrangeiros na região e conflitos pela posse de terras que envolvem indígenas e integrantes de movimentos sociais.
Estratégicos
O general Affonso da Costa disse que a vocação da 15ֺª Brigada é de operações de amplo espectro. Por isso, há poucos anos seu status foi mudado de motorizada para mecanizada, o que implica em alterações profundas na estruturação das unidades que a compõem. Tanques como o Urutu e o Cascavel dão, gradativamente, lugar aos modernos Guarani, fabricados em parceria com uma gigante mundial do setor automobilístico. Há também investimentos em novas estruturas e em equipamentos de monitoramento. Um dos programas é o Sisfron, equipado inclusive com veículos não tripulados. A ação é nacional é de longo prazo, e exigirá cerca de R$ 4,5 bilhões.
O Exército e a Acic têm uma relação de cordialidade e de respeito há muitos anos. A presença do general Affonso da Costa no recente encontro empresarial foi uma espécie de agradecimento e de reconhecimento pelos seus serviços à frente da brigada, já que ele estava de mudança para uma unidade do Rio de Janeiro. “Só temos a agradecer e desejar muito sucesso em seus novos projetos. Obrigado, general”, disse o presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel, Edson José de Vasconcelos.
Galeria de Fotos