A Secretaria de Estado da Segurança Pública conta, desde o ano de 2005, com um setor que enxerga o crime como ciência. É o Departamento de Análise e Planejamento Estratégico, uma ferramenta que permite, por meio de tabulações e da aplicação de fórmulas específicas, entender e identificar padrões de como a violência ocorre. Esse mecanismo contribui para a adoção de práticas preventivas que já oferecem bons resultados no Estado.
O tema foi apresentado na noite de quinta-feira a empresários, a autoridades policiais e a voluntários do Conseg, o Conselho Comunitário de Segurança de Cascavel, pelo diretor da área, o bacharel em Direito Stanley Cândido Alves. A função do órgão, explicou ele, é a promoção da sistematização do tratamento de informações e dados das políticas, e outros setores acessórios, e o acompanhamento e controle de metas. O Boletim de Ocorrências Unificado, um dos instrumentos observados, conta com 8,3 milhões de paranaenses registrados - todos que prestam queixas ou procuram os serviços de segurança são cadastrados.
Dos 7,8 milhões de boletins registrados na Secretaria de Estado da Segurança Pública, quatro milhões são referentes a crimes. A média diária de emissão é de 2,8 mil em todo o Paraná. Os índices mostram, conforme Stanley, redução no número de homicídios nos primeiros seis meses de 2014 comparativamente a igual período do ano passado. Em âmbito estadual, a queda é próxima dos 15% e em Cascavel o recuou é de quase 24%. O diretor apresentou dados detalhados sobre roubos, que atingem principalmente postos de combustíveis, farmácias, empresas, bares e panificadoras.
O maior número das ocorrências do gênero acontece no centro, com 32%, e a maior parte delas se dá nas sextas-feiras (41 do total) e nas segundas (32). O pico dos registros em postos de combustíveis é às 21h e nas farmácias, às 19h. O setor de análise e indicadores conta com informações precisas também em bairros e periferia. Por isso, conforme Stanley, é tão importante que as pessoas e empresários façam a informação dos casos por meio dos boletins. "Esses dados contribuem para mapear e conhecer o padrão empregado pelos criminosos. Com isso, polícia e comunidade podem agir preventivamente".
Investimentos
O presidente da Acic, José Torres Sobrinho, considera fundamental que os órgãos de segurança empreguem os mais diversos recursos para melhorar resultados, no entanto, conforme ele, a sociedade não pode se conformar com o crime. "O combate efetivo, a exemplo do que ocorre em países desenvolvidos, está em investimentos na educação de qualidade e em policiais nas ruas". O problema é sério é há consenso de que faltam ações efetivas de prevenção, de combate e também para reduzir a impunidade, diz o ex-presidente do Conseg, José Alexandre Polasek.
Legenda: O diretor da área de Análise de indicadores e planejamento da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Stanley Cândido Alves
Fonte: Crédito: Fábio Conterno