Embora reconheçam o interesse e o esforço do DER em minimizar falhas na execução das obras de projeto de trecho de 14 quilômetros das marginais da BR-277 (considerando os dois lados), empresários manifestam preocupação com as obras que deverão ser executadas em trechos em que a rodovia corta o perímetro urbano de Cascavel. O tema foi debatido na noite de quinta-feira, durante reunião empresarial, na Acic.
As sugestões de mudanças, já discutidas com prefeitura, Cettrans, Polícia Rodoviária Federal e concessionária, foram apresentadas pelos engenheiros Carlos Razzini, do DER, e Luiz Paulo Marchese, da Ecocataratas. Razzini lembrou que a proposta é tentar melhorar ao máximo o tráfego pelas marginais, que ficou arriscado demais devido às mudanças em projeto original feitas pelo Dnit. "Acidentes e mortes têm ocorrido nesse trecho e queremos reduzi-los", afirmou.
As alterações técnicas foram apresentadas por Marchese. As principais serão a adoção de sentido de tráfego único em cada um dos lados da rodovia - hoje ocorre em mão-dupla. Haverá a conclusão em trechos que não foram originalmente contemplados, a exemplo das ruas Munique e Veneza, Lions Clube e Alexandre de Gusmão, Mila e em região próxima ao trevo da Petrocon. Haverá mudanças em alças, com a mudança de local de algumas e a eliminação de outras. Haverá também adequação do sistema de drenagem.
O projeto executivo prevê a implantação de faixas de aceleração e de desaceleração, recurso considerado de segurança para permitir aos motoristas mais tempo e espaço para ajustar velocidades entre rodovia e via marginal. Também ocorrerá a instalação de ciclofaixas e a eliminação de acessos contrários ao sentido das marginais. A previsão de investimento no projeto de readequação é de R$ 3 milhões, mas a autorização ainda depende do DER, o Departamento Estadual de Estradas de Rodagem.
Dúvidas
As principais queixas dos empresários residem no fato de não terem sido convidados, principalmente os diretamente afetados pelas mudanças, para também opinar sobre os ajustes. "Nós, que somos os mais interessados, somente agora estamos participando", afirmou o presidente do Sindihotéis, Luiz Fadanelli. O reduzido número de contornos e a necessidade, com os ajustes, de percorrer longos trechos, preocupa empresários e líderes.
O presidente do Conselho Superior da Acic, Marcos Roberto Teixeira, observou que caso nenhum ajuste seja feito à nova proposta, o tráfego na região do Trevo Carelli e da rua Carlos Gomes simplesmente ficará impossível. Para o ex-presidente da Acic, Valdinei Francisco Bobato, seria hora de começar a pensar em transformar o trecho urbano da 277 em uma avenida (Pan-americana), justamente para oferecer mais segurança e promover a integração dos bairros por ela cortados.
Projeto original
O vice-presidente da Acic, Alci Rotta Júnior, lembrou que as marginais da 277 são bandeira de mais de 20 anos da entidade. Para suprir a reclamada falta de projeto, empresários do trecho e a Acic bancaram o original, que previa pista de nove metros e recursos de segurança que, infelizmente, foram abandonados pelo Dnit na execução das obras - que custaram R$ 8,5 milhões. "O resultado ficou muito diferente do que queríamos. No entanto, agora a hora é novamente da soma de forças para conseguir o melhor possível às empresas e ao tráfego no local".
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