A chance de conhecer e principalmente de frequentar novos mercados jamais foi tão atraente e compensadora como agora. Porém, apesar dos benefícios de se integrar ao mercado internacional, muitos setores da economia nacional não cultivam essa tradição. Um projeto da Apex, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações, tenta desde 2008 contribuir para mudar essa realidade. A ferramenta criada com a missão de disseminar a cultura exportadora é o Peiex, o Projeto de Extensão Industrial Exportadora.
O Peiex já está presente em 14 estados brasileiros e são 36 os núcleos em funcionamento, desses quatro em cidades do Paraná - Curitiba, Londrina, Maringá e mais recentemente em Cascavel. Desde que foi constituído, o projeto já recebeu R$ 50 milhões em investimentos para garantir informação, suporte e acompanhamento às empresas que se sentem atraídas em ampliar suas relações com o mercado internacional. As funções do Peiex foram aprofundadas na noite de quinta-feira, durante reunião empresarial da Acic, pelo monitor do projeto em Cascavel, Gilnei Saurin.
Grãos
O diretor de Comércio Exterior da Acic, Camilo Motter, fez uma introdução ao tema ao apresentar alguns números da balança comercial de Cascavel. A previsão é que o município exporte US$ 500 milhões em 2014, 93% desses negócios são ligados a produtos do agronegócio. Das importações, 75% são feitas por setores que compõem as cadeias agrícola e pecuária. O município também exporta, em pequena escala, itens dos setores madeireiro e metalomecânico, entretanto o segmento manufatureiro responde por índice reduzido no contexto de relações de empresas locais com o mundo.
O Peiex é o caminho que a Apex Brasil encontrou para descentralizar informações e para ampliar as possibilidades de interesse de mais empresas em ampliar suas áreas de atuação. Ao representar 80 setores brasileiros no exterior, a Apex oferece ajuda em todas as etapas exigidas pela exportação. Ela faz também apurados estudos de mercado para indicar oportunidades e promove a imagem do País e de seus produtos e serviços em grandes eventos e feiras internacionais. O Projeto de Extensão Industrial Exportadora, além de informar sobre as vantagens de aderir ao mercado internacional, mostra o que é necessário à empresa para chegar lá.
Para exportar, o primeiro passo é preparar a empresa e os seus atores para as exigências que essa postura exige, conforme Gilnei. Com a colaboração de um extensionista, a empresa passará por um processo de identificação do seu atual estágio tecnológico e receberá orientações de como melhorar os seus sistemas produtivos. "Torná-la internacionalmente competitiva é uma das peças centrais do projeto", segundo o monitor do Peiex, que em Cascavel é fruto de parceria da Fundação Araucária e Unioeste. Também há o repasse de informações sobre gestão, sistemas organizacionais e produtivos e de mudança de cultura.
Sem custos
Um dos aspectos mais importantes do Peiex, de acordo com Gilnei Saurin, é que o trabalho de acompanhamento e assessoria não tem qualquer custo ao empresário. Ele só desembolsará na possível compra de equipamentos ou softwares que vierem a ser necessários para o aprimoramento do negócio. Mesmo assim, a decisão de investir é unicamente do dono da empresa. O projeto orienta também, com base nas exigências internacionais, sobre inovação e design do produto. Os trabalhos seguem por alguns eixos centrais, como planejamento estratégico, recursos humanos, marketing e promoção de comércio exterior.
Qualidade
Um dos conceitos gerais quando a empresa se integra ao mercado internacional é que ela afirma aos clientes e para potenciais parceiros no exterior que seus produtos são cuidadosamente elaborados e prezam pela qualidade. Em 2013, o escritório do Peiex em Cascavel atendeu 75 empresas, principalmente dos setores de moda, metalomecânica, tecnologia da informação e química. A previsão para este ano é de dar orientação a 120. Os empresários interessados em saber mais sobre o projeto podem ligar para o número 3220-7455.
Fonte: Crédito: Fábio Conterno