Softfocus  - De incubada a dona de soluções que movimentam bilhões

terça, 19 de novembro de 2019

Caciopar

Histórias de empreendedorismo de alto desempenho que são comuns em países como Estados Unidos, China e Israel começam, aos poucos, a aparecer também no Brasil. Mesmo que a velocidade para produzir um unicórnio (empresa com valor de mercado acima de um bilhão) não seja tão rápido por aqui, as startups ultralucrativas já despostam no céu do Brasil. Um exemplo do impulso que a inovação e a tecnologia podem oferecer foi apresentado durante o 5º Congresso Caciopar e 6º Fórum do POD, em Foz do Iguaçu, pela Softfocus, responsável por produzir soluções a empresas de sistemas financeiro e do agronegócio.
Inovar é preciso! Como o empreendedor pode ser a chave nesse processo? foi o tema da palestra da CEO da Softfocus, Alessandro Graczyk. A startup que começou em uma incubadora da UTFPR, no Sudoeste do Paraná, virou em 14 anos uma empresa cujos produtos e serviços alcançam produtores rurais de todo o país que por sua vez movimentam, em transações, mais de R$ 2 bilhões. As empresas de inovação dão importância a um fator que, até recentemente, era visto como sinônimo de fracasso. E essa atenção ao diferente ajuda a explicar o sucesso que alcançam.
Em Israel, conhecida como a nação startup (são 8,4 mil empresas de inovação para apenas 9 milhões de habitantes), ter falhado é um ponto de grande importância para o mercado e potenciais clientes. Lá, mesmo com todo o suporte e elevado nível tecnológico, o índice de falhas é superior a 80%. “É preciso falhar. É o problema e o erro que identificam pontos fracos do que se pretende levar ou que se coloca no mercado. Portanto, eles são aliados no processo de constante aprimoramento do produto ou do serviço”, informa Alessandro. Antes de ser sucesso, a Softfocus errou muito e demorou até que entendesse a área que realmente deveria priorizar.
A Softfocus tentou e falhou no desenvolvimento de produtos para as áreas de medicamentos, revenda de celulares e gestão de indicadores. “Até games para android tentamos fazer, e sem sucesso”, diz Alessandro, que percebeu que para dar certo o seu negócio precisava de uma transformação cultural completa. “Fazer com que as pessoas percebam que têm que mudar e então decidam mudar é muito difícil”, ressalta o CEO. Para que o desempenho e os resultados esperados começassem a aparecer, a empresa precisou adotar um conjunto de boas práticas, entre elas a de energizar os colaboradores.
Mesmo entendendo que tudo tem o seu tempo, Alessandro disse que é preciso começar devagar e não tarde, ter foco e propósito, gerar ociosidade, entre outros. Outro conceito que as empresas de inovação adotam é o gerenciamento da ociosidade que, ao contrário do que parece, é indispensável no atual mundo dos negócios. “Somente com ociosidade é possível pensar e chegar a uma ideia que possa conduzir à tão desejada e procurada inovação”. Em uma época de tanta concorrência e na qual, segundo especialistas, há 400 pessoas refletindo e desenvolvendo o mesmo tema, ser diferente, rápido e eficiente é igualmente determinante.
 
Protagonista
O universo das empresas transformadoras exige posturas que, em outras épocas, poderiam parecer incomuns. Uma delas é frequentar os mais diferentes ambientes e se relacionar com as pessoas das mais diversas tribos. “Entender o que pensam, os problemas que orbitam o seu mundo e como agem para solucioná-los é, sem dúvida, uma experiência absolutamente enriquecedora. Nesse novo cenário de mudanças, com ambiente de trabalho que envolve pessoas com idades de grande oscilação, disrupção é o que não falta”.
Alessandro considera a necessidade de ser protagonista nesse mercado tão amplo, de tantos desafios e tão promissor. E um dos caminhos é envolver-se nos ecossistemas de inovação e participar de meetups, hackathons, pitches, entre outros. “É preciso estar atento ao que ocorre, aberto ao pensar diferente e ser protagonista no processo”, destaca o CEO da Softfocus. Para tanto, é imprescindível também contar com uma equipe capaz de entender e de executar ideias novas.